domingo, 13 de setembro de 2009

CONHECER (João Rosa de Castro)


Eu conheci o mistério do vento
donde surge, aonde sopra, porque encanta.
De altos picos, de vistas everestianas.
Eu vi que a vida é de subir e de descer.
Vi o alvoroço do vai-e-vem dos automóveis
e algumas leis que os permitem mover.
E no silêncio de uma tarde radiante
vivi o “insight” pra mais ainda inventar.
Tudo é novo, posto que o velho se reveste.
Nada se perde: tudo pode acontecer.
Eu conheci o segredo da miragem.
Que na cidade já se faz compreender.
É o meu impulso curioso e ladino
que quer saber e quer saber e quer saber...
Eu lá no campo percebi que a terra é virgem
e conheci que ainda há muito que aprender.
O feito e pronto aparece no futuro
E o futuro está no próprio conhecer.

TENTATIVA (João Paulo Feliciano Magalhães)


A solidão é um copo sujo,
Abandonado numa taberna,
De cuja boca soluça verbos verminosos:
-- trepidar.... trepidar.... tremidar...
E os vermes penetram o parabolizante mecanismo áudio-consciente...
À caminho da venerável inconsciência.

O mar é um não-sintético...
Colo feminino...
Que, de tão colossal afago...
Toca-me para além do que se diz alma.

A solidão no mar não é um mero copo...
Mas uma sublime taça boreal,
Da qual bebo com meu olho escaneador
E antes de pensar que estou só...
Prendo-me ao afago do mar à luz do espírito de uma certa Choppin...
E soluço:
I’m free!!!!!!!!!!